sexta-feira, 2 de abril de 2010

Yurei

São figuras do folclore japonês, semelhante ao ocidental das lendas de fantasmas. O nome consiste em dois kanji, yu ( "fraco" ou "fraca") e rei ( "alma" ou "espírito" ), se tornando assim um esírito ameaçador. Geralmente representados na iconografia nipônica sem pernas. Não digo “maus” porque tais entidades seriam mais confusas que propriamente maléficas, embora as consequências de seus atos pudessem soar como um banditismo sobrenatural. Tais fantasmas seriam gerados por dois motivos fundamentais. Em primeiro lugar, devido a mortes incomuns ( embora muito comuns hoje em dia ): assassinatos, suicídios, abortos, entre outros, gerariam candidatos em potencial para tornarem-se yurei, dado que o ciclo da vida teria sido interrompido de maneira brusca. Em segundo lugar, indivíduos para os quais os rituais mórbidos não foram devidamente cumpridos, esses podem tornar-se instáveis, uma vez que a transição vida/morte não teria sido propriamente realizada ( lembrando que, segundo Arnold van Gennep, em seu “Rites of Passage”, a morte, tal como o casamento, também é um rito de passagem ). Existe a narrativa de Okiku, serviçal do samurai Tessan Aoyama. Assassinada por seu amo por ter quebrado uma peça de cerâmica, seu cadáver teria sido jogado no poço do castelo. Depois disso, Aoyama foi levado à loucura por ouvir o Yurei de Okiku contando as peças de cerâmica. Existem várias versões para a história , mas o essencial da narrativa está aí: morte violenta e destituída de ritos que gera um fantasma confuso e potencialmente vingativo.